1 de junho de 2012

Mostremos as façanhas de que somos capazes...



Baixa de Faro: um simples contributo


Agora que voltámos a aquecer a discussão sobre quem, porquê e a persistente falta de vontade em revitalizar a baixa de Faro e o seu centro histórico, está na altura de organizar uma corrente de opinião e proceder ao debate de quais as medidas consideradas prioritárias numa estratégia de curto e médio prazo.
Para a sustentação deste debate, devemos reclamar a participação de todas as correntes de opinião e as vozes individuais de arquitectos, engenheiros, historiadores, artistas plásticos, urbanistas, proprietários, financeiros, comerciantes e outras vozes independentes, abrindo um grande leque de propostas que pela força da discussão apure cada passo e os seus tempos de execução.
O facto de estarmos a enfrentar tempos difíceis em termos de economia e finanças, estes devem aguçar o engenho. Para se iniciar um grande processo de transformação, todos vão ter de ceder, negociar e renegociar de acordo com a realidade onde tudo desvalorizou.
Sobre a forma de suscitar e organizar o debate, deixo isso ao cuidado dos comerciantes de Faro e das suas organizações.
Para começo e porque é essa a razão deste texto, entendo as seguintes 12 inhas como uma base de trabalho:
No curto prazo:
1.       Recuperar as fachadas das casas devolutas e abandonadas pelos proprietários, incentivando-os ao contributo, porque todos têm a ganhar em tempo de perdas;
2.       No quadro dos constrangimentos criados com a nova introdução de parquímetros que ao contrário se está a tornar um novo factor liquidador, reanalisar o processo e encontrar as soluções públicas ou parcerias público-privadas que permitam a vinda e permanência das pessoas na baixa; 
3.       Facilitar o investimento privado, nomeadamente com medidas públicas para que nasça um novo alento pela criação de emprego e riqueza;
4.       Planear e sustentar o investimento na ambicionada cobertura das Ruas de Stº António e D. Francisco Gomes (e eventualmente outras), como forma rápida de justificar a sua utilização como factor dinamizador;
5.       Iniciar a discussão com os diversos interventores nos processos de encerramento da Galeria Stº. António, Banco Pinto e Sotto Mayor, Edifício do Café Aliança e, eventualmente outras lojas de importância estratégica, com vista a soluções do interesse estratégico da cidade;
6.       Ligar a cidade ao aeroporto, onde se regista um claro deficit de reconhecimento da sua existência e capacidades como razão para a visitarem; é uma forma de semear;
7.       Melhorar toda a sinaléctica sobre a baixa e a rede de oferta cultural;
8.       Criar um roteiro de visita da cidade, desde o histórico à gastronomia e colocá-lo nos postos de Turismo, agências e outros locais de interesse;
9.       Criar um evento impactante que troe o nome da cidade fora das suas fronteiras e outros em menor escala, que podem ir das companhias de teatro aos músicos da prata da cidade;
10.   Criar um dia, ou umas horas de descontos por dia, ou outra dimensão, como passatempos e brindes, como forma de atrair pessoas;
11.   Discutir com a Estradas de Portugal a colocação de placas personalizadas nos nós de Faro na Via do Infante, à semelhança das que anunciam Vila Real de Stº António;
12.   Criar as condições públicas de comodidade e segurança para que os visitantes renovem a vontade e funcionem como motor de busca nos seus círculos.
Estas são medidas que poderão funcionar como um ponto de partida e que podem projectar outras para prazos mais dilatados.
Por uma questão de cuidado, não mencionei a questão do licenceamento de novos espaços comerciais nos corredores de entrada e limítrofes da cidade, por entender que são os próprios grupos empresariais que sabem da falta de capacidade financeira acumulada para largos anos.
Como não tenho outra pretensão senão a de ajudar, creio que este eixo de discussão pode ser colocado em cima da mesa para os meses de pré-campanha autárquica.

Luis Alexandre





Sem comentários:

Enviar um comentário