18 de junho de 2012

Impulso meramente eleitoral



As comadres ao engano dos problemas


Com o desemprego estrutural a atingir dramaticamente os jovens, estimado na margem dos 38% do número total, o Governo PSD/CDS resolveu lançar poeira para os olhos do povo português, com a introdução do programa “Impulso Jovem”.
Miguel Relvas, recuperado das secretas e das ameaças sobre quem escreve, foi o porta-voz da pompa deste programa que, por razões de rácio europeu, tirava o Algarve do mapa da intervenção.
Claramente ostracizada a região e a gravidade dos seus problemas (já anteriormente o secretário de Estado do Emprego havia afirmado em solo algarvio que não havia razões para um programa de alarme, o que confere), as trombetas dos ditos da oposição socialista, com o sempre inefável altifalante Miguel Freitas à cabeça, gritou a injustiça.
Entalado o Algarve e entalados os deputados da maioria governamental com tal desaforo, a luz brilhou nas cabeças do Governo que recuperaram o folego e nos deram o privilégio de uma solução remendada e de inclusão.
Calados os críticos e salvas as aparências da guerra eleitoral, os deputados do PSd regional até escreveram um regozijo público porque afinal sempre vão ser conferidos mais uns milhões ao Algarve.
Satisfeitas as comadres com as bagatelas da propaganda, ficam as perguntas dos algarvios para as soluções de conjunto que a região reclama para o seu tecido social e económico, onde o problema dos jovens é igualmente evidente.
Numa região em acentuada depreciação estrutural e sem investimentos públicos e privados, tragicamente sujeita à monocultura do Turismo e do betão associado, massacrada pela sazonalidade, pela quebra dos salários reais, do poder de compra e da procura, que carrega o flagelo das portagens e da falência autárquica generalizada, a extensão do impulso jovem não passa de uma grande manobra, que apenas satisfaz PSD, CDS e o falso partido socialista.
O Algarve precisa de medidas imediatas, tais como: o fim das portagens, o arranque das obras da EN 125, um imposto reduzido para as actividades turísticas, um programa de emprego na requalificação urbanística e habitacional e, no plano nacional, a reposição dos salários e dos subsídios dos trabalhadores. No médio prazo colocam-se outras.
É nestas matérias que se devem concentrar os esforços da região, sob pena do fracasso geral e não só dos jovens… mas quem está para aqui apostado?

Luis Alexandre  

Sem comentários:

Enviar um comentário