28 de abril de 2012

Parque de Campismo da Praia de Faro


Como se construiu mais um monstro



Nenhum parque de campismo é uma zona residencial mas, até neste aspecto, a ilegalidade autorizada tem o chancela dos executivos camarários.

Algumas pessoas, que não temos intenção de pôr em causa no contexto das suas necessidades habitacionais, foram fazer férias e ficaram. Montaram estruturas, organizaram-se, resistem mas nunca tiveram força para impor uma solução justa para os seus problemas. Os executivos foram avalizando o que lhes saía mais barato.

Hoje, no contexto dos planos da Sociedade Polis para a Ilha de Faro, que quer ali construir uma reserva de direitos adquiridos e até lhes vai dar uma ponte nova, este problema tira o sono ao presidente da autarquia que não tem soluções à vista mas tem propósitos.

Numa primeira fase, porque não tem dinheiro ou vontade para resolver os problemas habitacionais que estão sobre a mesa (não podem ser outros porque um parque de campismo é... para campismo), o presidente Macário acabou por assinar um protocolo que talvez soubesse que as pessoas que ocupam o espaço não poderiam cumprir.

Para qualquer executivo, este ou o próximo, o problema não se vai diluir e, ou tiram pela força, que não convém ao actual presidente a um ano de eleições ou a Câmara começa a equacionar a única solução justa, a do realojamento. 

No fundo, temos de assacar as responsabilidades ao poder público que não exerceu as suas funções em tempo próprio. Por muito que se discorde do principio do problema, este originou outro ainda maior e para o qual os munícipes ali residentes não têm meios para resolver.

Para Macário Correia, que se fez eleger por vontade própria (já estamos cansados dos seus choradinhos), que não lhe passe pela cabeça recorrer a golpes de violência, porque a cidade não toleraria.

A Sociedade Polis, que é a detentora da estratégia central do projecto e já mostrou a sua incompetência em variadas ocasiões, tem de abordar o problema do ponto de vista social e de base financeira e não do ponto de vista repressivo. E perceber, tal como a Câmara, que num contexto de renaturalização da praia, pode e deve albergar um parque integrado no sistema dunar com regras bem definidas.


Luis Alexandre


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