4 de abril de 2012

Há fantasmas no P"S". Depois de Soares... agora o Sócrates



Um Seguro a prazo


 A herança de Sócrates é muito pesada. O peso do contributo para a destruição do país, deixa o dito partido socialista a contas com uma opinião pública ainda em fase de fervura.
Dentro do partido, amarrado à assinatura dos compromissos com a Troika, a confusão está instalada. Seguro e os seus não têm mão em tantas contradições. Têm um discurso oposto à prática. E sabem que a área de influência do partido não está e não estará com a agudização provocada pelo novo rol de medidas em preparação.
A rua ainda não reflecte o descontentamento e este P”S” de Seguro não esteve lá. As camadas de classe que enfrentam as devastadoras medidas do Governo, que têm passado com os vários silêncios, vão deixando marcas.
Seguro assinou o OE 2012, vai assinar o Rectificativo, a aprovação do novo Código do Trabalho e o novo resgate da dívida fraudulenta em preparação. A abstenção é uma assinatura e não adianta negar. Uma parte do partido que dirige não partilha das decisões. Uns porque têm medo da rua e outros, poucos, porque lhe quererão reconhecer razão.
O P”S” julga poder continuar a reunir em segredo com o Governo para o cumprimento das imposições da troika e publicar um discurso de necessidade de políticas de crescimento e emprego.
A cultura política dos sectores da sociedade mais avançados e o sofrimento instalado que percebe não haver limites definidos nas prácticas de exploração do Governo PSD/CDS, encostam à parede o papel dúbio do falso partido socialista e dos seus dirigentes, que teimam em perceber que as contradições não lhes dão espaço.
Seguro é cada vez mais um homem de transição dentro do partido, ameaçado pelo quartel interno de que é preciso obedecer à Troika e às suas consequências. Seguro, que quis o poder, só tem como seguro a obediência à herança deixada por Sócrates. Tudo o que recebeu e se esforça por cumprir, transformou-se num pesadelo sobre o que prometia fazer a diferença.
O P”S”, um partido da pequena burguesia que tem vivido na sombra do poder e das suas benesses, desde os Governos de Mário Soares, o pai desse anacronismo que dá pelo nome de socialismo democrático, foi sempre um parceiro do grande capital, aceitou governar para ele, a troco dos empregos para a família.
Como a História não falha, a decomposição do tal socialismo democrático, uma invenção filosófica que até pode estar na base da fuga e da trapalhada dos actuais estudos de Sócrates na preparação para outros voos, o que vai deixar escrito na pedra secular é o papel miserável do P”S”, como lacaio da exploração do povo português, que António José Seguro e os que lhe vão fazer funeral, não têm coragem de contrariar.


Luis Alexandre

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