17 de março de 2012

Associativismo desacreditado


ACRAL, ARESHP e AHETA lambem as feridas do poder

As associações dos sectores empresariais com sede e representação no Algarve não conseguem esconder uma linha de actuação ao serviço das estratégias dos sucessivos Governos, com os impactos negativos conhecidos na actividade dos seus associados.

Sempre em linha descendente, a actividade do comércio tradicional e serviços foi sucessivamente esmagada pelas políticas centrais de imposição do exagero da oferta de grandes e médias superfícies da distribuição que o desarticularam paulatinamente e não tiveram qualquer acção prática de mobilização e repúdio por parte da ACRAL.

Ao contrário, esta associação, num desplante sem escrúpulos, até sobreviveu com os fundos arrecadados das contrapartidas pagas pelas grandes superfícies e, segundo algumas acusações tornadas públicas, ainda montou delegações em espaços comerciais oferecidos…

A ARESHP, do sector da restauração e similares que absorveu a associação nascida em Albufeira para esta área, se a sua actividade se situava no aconselhamento e pouco mais, limitou-se a resmungar as decisões do Governo que aumentou o IVA do sector que, como a própria assinalou, seria a certidão de óbito de uma parte considerável do seu tecido.

A AHETA, que se limita a gerir os interesses globais dos hoteleiros e sai a terreno apenas para os defender, é outra daquelas entidades egocêntricas ao serviço das políticas centrais. O seu rasto é de total subserviência à centralidade das decisões para o sector do Turismo, limitando a sua actividade à gestão de números e queixas dispersas, como o actual aumento da criminalidade que afecta os seus associados.

Em décadas, estas associações nunca construíram estratégias em defesa da actividade dos sectores que representam, apresentando cadernos reivindicativos em oposição às imposições decretadas centralmente e que revelavam satisfação com os retornos alcançados.

O Estado central usou o Algarve como uma fonte de receita que julgava inesgotável, consentiu e aprovou a sua descaracterização e perante a gravidade da situação conjuntural que atravessamos, despreza os problemas acumulados e conta com o serviço dos serventuários instalados nestas associações.

A teia em que nos enredaram é muito forte e não vai ser fácil libertar-mo-nos. Nem as teorias carreiristas de regionalização, tendo em conta os políticos locais que lhe dão forma, são uma porta de solução.

A luta dos algarvios por soluções ajustadas de desenvolvimento, tem de ser associada à luta mais geral do povo português pela mudança de Governo e de políticas.


FaroActivo

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