31 de janeiro de 2012

Tertuliar

 


Falar dos problemas é importante. As tertúlias são um meio de agarrar temas, debatê-los e produzir matéria nova no caminho das soluções. E essas soluções saem do circuito fechado?
 
Muitas vezes, o poder visado, até participa nestas tertúlias e fá-lo para conhecer o que os outros pensam sem que tenham qualquer intenção de aplicar o que até em público foram capazes de concordar.
 
As tertúlias são uma forma de cidadania, não questionamos, mas as boas intenções morrem em maioria absoluta na praia. E porquê? Porque os seus intervenientes, de uma maneira quase generalizada, pensadores livres ou não, alimentam as ilusões de que esta democracia burguesa feita por estruturas blindadas de interesses tramados entre paredes, os quer ouvir para aplicar o que não lhes serve.
 
Mas as tertúlias também podem cumprir outros objectivos sub-reptícios, de queimar as energias das atitudes esclarecidas, oferecendo-lhes a palavra mas não estando interessada em qualquer outro tipo de avanços.
 
As tertúlias, no progresso da discussão, podem não levar a nenhum lado, quando não são capazes de pôr em causa as intenções do poder. O poder pode furar as leis mas as tertúlias vivem do respeito. Uma contradição insolúvel?

FaroActivo 

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